Vista Aérea da Cidade de Canas
A origem do nome
"Canas" se deu em função da desapropriação por parte do governo de uma
fazenda denominada "Fazenda das Canas", de propriedade do Alferes
Francisco Ferreira dos Reis para o assentamento das famílias dos
imigrantes. Esses imigrantes eram principalmente italianos, que
receberam terras com a finalidade de plantar cana para abastecer o
Engenho Central de Lorena, em 1887.
Em 28 de junho chegou
em Lorena a primeira leva dos imigrantes italianos fixando residência em
Caninhas. Os italianos deixaram o país em busca de melhores condições
de vida.
De acordo com o
Decreto de D. João VI, receberam propriedades territoriais para
exploração agrícola em uma área a oito quilômetros distantes dos
centros. A denominação "Caninhas" derivou do tipo de cana produzia no
local, chamada "crinolina", e que era mais fina do que a usualmente
plantava na colônia.
Os imigrantes tinham
um contrato por cada lote recebido, no valor de quatrocentos mil réis, e
um prazo de quatro anos para resgatar a dívida. Após o término de
contrato, podiam plantar o que quisessem. A cana plantada era vendida ao
Engenho Central de Lorena. Para a subsistência as famílias plantavam
arroz, feijão, batata e verduras.
Canas era mata
fechada, não era só plantar, foi preciso desbravar. Muitos imigrantes
não agüentavam e retornavam para Itália, os que ficaram foram os mais
acostumados á lavoura, os que tiveram coragem de enfrentar a situação do
sertão.
As primeiras famílias
italianas que vieram para Canas foram: Ligabo, Marton, Mariotto,
Giordani, Bortolacci, Bellini, Sacilotti, Favalli, Guarisse, Ultramari,
Albarello, Barsotti e Canitieri; as portuguesas foram: Andrade e
Livramento, e de origem belga Bronchaim.
Com a falência do
Engenho Central de Lorena, os colonos foram obrigados a plantar diversos
tipos de alimentos. Vendiam arroz socado no pilão. Trouxeram hábitos
alimentares da Itália, tais como: macarrão, pão feito em casa, vinho e
hatugue (bolinho de trigo feito com ovo). Os italianos faziam festa em
homenagem a Santo Antônio de três em três meses. Após a missa das oitos
horas, serviam café, pão com manteiga para todos os fiéis. A tradição
continua até hoje na Igreja de Caninhas.
Em 1904, construíram a
Igreja de Caninhas sendo o padroeiro Santo Antônio. Mais tarde
construíram outra igreja no centro de Canas e a padroeira passou a ser
Nossa Senhora Auxiliadora. A festa é comemorada no último Domingo do mês
de maio.
A colônia de Canas
foi iniciativa do Barão da Bocaina, comendador Francisco de Paula
Vicente de Azevedo, um dos grandes incentivadores desse tipo de núcleos
rurais agropecuários do Vale do Paraíba. Dentro da evolução Canas passou
de Núcleo Colonial Agrícola (1890), para bairro, distrito, e finalmente
Município. Em 1960, pela primeira vez o Bairro de Canas elegeu seu
representante para Câmara Municipal de Lorena, Sr. João Neri Marton. Em
seguida o Sr. Arthur Domingues Quintas eleito vereador na legislatura
63/67 e 68/72.
Posteriormente o Sr. Valderez Gomes de Lucena Filho representou o
Distrito de Canas sendo eleito vereador na legislatura 89/92 e 93/96. Em
22 de março de 1992, foi realizado o "PLEBISCITO POPULAR", que optou
pela emancipação de Canas. O representante do Distrito na Câmara
Municipal de Lorena até então era o vereador Valderez Gomes de Lucena
Filho que após plebiscito foi eleito presidente da Frente Distrital
Paulista de Emancipação. Em 30 de Dezembro de 1993, o Governador Luiz
Antônio Fleury Filho assinou a Lei n° 8.550 que emancipou em definitivo o
Distrito de Canas do Município de Lorena. Em 1996, foi eleito o
primeiro prefeito de Canas Sr. Rynaldo Zanin que tomou posse a partir de
1° de Janeiro de 1997.
INSERÇÃO REGIONAL DO MUNICÍPIO DE CANAS:
O Município de Canas localiza-se entre o eixo Rio de Janeiro - São
Paulo - Minas Gerais na Região do Vale do Paraíba, entre os Municípios
de Lorena e Cachoeira Paulista. Segundo estudos realizados pelo
Instituto Geográfico - IGC, quanto ao Processo 2.969/91 da A.L.E.S.P.,
que tratou da criação do Município de Canas, nos trabalhos de campo não
houve preocupação com as divisas, uma vez que as mesmas não poderiam ser
alteradas, por tratar de um distrito cujo território fora definido em
1964, decorridos, portanto, trinta anos de sua existência. Foi feito um
estudo minucioso, sobre a historia cartográfica do município de Lorena e
do distrito de Canas e também nova vistoria de campo, verificando o que
se segue. Na elaboração do mapa e da descrição das divisões para a
criação do atual Município de Canas (Lei de criação n° 8.550 a 30/12/93)
ocorrendo os seguintes fatos. O distrito de Canas, do Município de
Lorena foi criado pela lei n° 8.092. Suas divisas , definidas sob uma
montagem topográfica na escala 1:100 00, de projeção policônica, datada
do início do século. Com a advento da cartografia elaborada com base
aerofotogrametria, ficou evidenciado que os documentos cartográficos
anteriores, apresentavam falhas quanto ao registro de acidentes
geográficos naturais, fundamentalmente no que se refere a rede
hidrográfica. Foi realizado novo levantamento aerofotogramétrico em 1970
edição 1971, na escala de 1:50 000 com informações mais precisas,
transcrevendo de folhas antigas menos precisas, para as recém publicadas
a divisão político-administrativa então existente.
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